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Múltiplas inteligências

  • blogpsicologiacdll
  • 29 de mai. de 2024
  • 6 min de leitura

Caros passageiros, a ideia de inteligência tem sido explorada e debatida ao longo da história humana, assumindo diferentes significados e interpretações. Desde os primeiros registros escritos até os avanços contemporâneos em ciência e tecnologia, a noção de inteligência tem evoluído significativamente e a forma como a encaramos está em constante alteração

Na antiguidade, civilizações como a egípcia, a grega e a chinesa acreditavam que a inteligência estava diretamente ligada à sabedoria e à capacidade de resolver problemas complexos.

Nessa perspectiva, a inteligência era vista como uma qualidade inata, reservada a poucos privilegiados. Figuras como Sócrates e Aristóteles enfatizaram a importância do conhecimento, da reflexão e da lógica para desenvolver a mente e alcançar um estado de sabedoria.

Durante a Idade Média, a inteligência era frequentemente associada à fé religiosa e à conexão com Deus. Os estudiosos medievais acreditavam que a verdadeira inteligência estava alinhada com a vontade divina e com os ensinamentos da Igreja. Nesse período, o conhecimento era restrito a poucos clérigos e acadêmicos, e a disseminação de ideias era limitada e muitas vezes contorcida.

No Iluminismo, ocorrido nos séculos XVII e XVIII, a visão da inteligência começou a mudar. Filósofos como René Descartes e John Locke argumentavam que a inteligência estava ligada à capacidade de raciocínio e à busca pela verdade através da observação e do pensamento crítico. Nesse contexto, surgiram os ideais de razão, liberdade e igualdade, fundamentais para a formação das democracias modernas.

No século XX, a psicologia desempenhou um papel importante no estudo da inteligência. O psicólogo francês Alfred Binet desenvolveu os primeiros testes de inteligência, visando avaliar o potencial cognitivo das crianças. Esses testes foram posteriormente aprimorados e popularizados, resultando no famoso Quociente de Inteligência (QI), que tentava medir a inteligência de uma pessoa com base em habilidades cognitivas específicas.

O conceito de múltiplas inteligências é uma teoria proposta pelo psicólogo de Harvard, Howard Gardner, em 1983. Quando se ouve a palavra inteligência, o conceito de testes de QI pode imediatamente vir à mente. A inteligência é frequentemente definida como nosso potencial intelectual; algo com que nascemos, algo que pode ser medido, e uma capacidade difícil de mudar.

No entanto, nos últimos anos, outras visões de inteligência surgiram, incluindo a sugestão de Gardner de que múltiplos tipos diferentes de inteligência podem existir. As oito inteligências de acordo com Gardner são:

Inteligência Lógico-Matemática

O tipo de inteligência definida como lógico-matemática diz respeito à habilidade que o ser humano tem de lidar com raciocínios dedutivos e conceitos matemáticos.

Pessoas com inteligência lógico-matemática elevada têm facilidade em resolver cálculos e podem destacar-se nas áreas de cinências exatas e programação.

Esse tipo de inteligência foi utilizado como referência para os testes de QI e, por muito tempo, foi considerado o padrão para avaliar o desempenho cognitivo das crianças.

Inteligência Linguística

A inteligência linguística está relacionada com a capacidade de se comunicar, aprender novas línguas e utilizar a linguagem de forma excecional, seja na forma escrita ou oral.

Escritores, jornalistas, linguistas, além de pessoas que têm facilidade para falar idiomas diferentes apresentam altos níveis de inteligência linguística.

Inteligência Espacial

O conhecimento espacial, ou visual, está ligado à habilidade de interpretar e criar imagens, seja através da cor, da forma, da textura ou do uso do espaço físico.

É a inteligência presente em maior grau nas pessoas que desempenham atividades relacionadas a arquitetura, design, artes visuais, moda, entre outros.

Uma curiosidade é que a inteligência espacial está presente em grandes jogadores de xadrez, pois essa habilidade demanda um grande estímulo para a interpretação visual das infinitas possibilidades de movimentos em um tabuleiro.

Inteligência Físico-Cinestésica

Atletas, dançarinos e atores são alguns exemplos de pessoas que usam a inteligência físico-cinestésica a seu favor. Também conhecida como inteligência corporal, essa habilidade diz respeito ao controlo do corpo e à execução de movimentos.

Mas não é apenas dançar bem ou decorar uma coreografia. Esse tipo de inteligência relaciona-se com a compreensão do corpo e da capacidade de levá-lo ao limite.

Inteligência Interpessoal

A habilidade de se comunicar, persuadir e compreender o outro é conhecida pela teoria das inteligências múltiplas como inteligência interpessoal.

Normalmente, é encontrada em pessoas que ocupam posições de poder e que têm facilidade em expressar-se em público, como: políticos, psicólogos, médicos e professores.

Inteligência Intrapessoal

A inteligência intrapessoal está ligada à capacidade de entender as próprias emoções, sentimentos e desejos. Em outras palavras, ter autocontrolo e conhecer-se a si mesmo.

Uma forma de estimular a inteligência intrapessoal é através de meditação, exercícios físicos e atividades que estimulem o controlo da mente e do corpo.

Inteligência Musical

A habilidade de reconhecer sons, melodias, acompanhar ritmos e tocar instrumentos está ligada ao que conhecemos como inteligência musical.

Essa inteligência está presente no trabalho de músicos e compositores, mas também em dançarinos, produtores musicais e outros artistas.

Inteligência Naturalista

A inteligência naturalista está ligada ao profundo conhecimento da natureza e da aptidão para lidar com ela, seja na relação com animais, no cultivo de plantas ou mesmo no conhecimento geológico.

Esse tipo de inteligência pode ser encontrado em agricultores que, muitas vezes, mesmo sem estudos, apresentam um grande domínio sobre o uso da terra e do cultivo.

Atividade inteligência 1 Executada por: Carolina Megre, Maria Marques, Leonor Vaz Pinto e Leonor Lopes de Melo.

Para elucidar os nosso colegas relativamente às inteligências corporal e lógico-matemática propusemos-lhes diversas atividades. Inicialmente, na sala de aula, realizaram uma equação de emojis, no âmbito da segunda inteligência referida. Em seguida, separámos a turma em dois grupos e direcionámos-los para diferentes zonas do colégio. Aí, os grupos enfrentaram um novo desafio, a mímica, desta vez para porem em prática a inteligência corporal. Levámos-los a outros dois locais do colégio, sem nunca os grupos se cruzarem, o que criou um espírito de competitividade, permitindo uma maior atenção às atividades. Aqui, estes foram enfrentados com outros dois desafios, o jogo da barra ao lenço (inteligência corporal) e o “connection” (consiste na tentativa de agrupar 16 palavras distintas, em 4 grupos de 4, tendo essas de apresentar uma característica semelhante- inteligência lógico-matemática). Por fim, juntámos os grupos e sugerimos-lhes uma última atividade: 3 elementos de cada grupo, giraram 5 vezes em torno de um pino e tentaram marcar golo numa baliza (inteligência corporal).

Assim, não só mantivemos os alunos sempre em movimento, ativando a inteligência corporal, como também lhes fomos propondo variadas atividades, ao longo do percurso, que puseram em prática ambas as inteligências.

Atividade inteligências 2 Executada por: Carolina Castro, Carlota Pais, David Amaral e Duarte Malhão Pereira.

Nesta atividade, foram realizadas duas experiências, cada uma estudando o seu tipo de inteligência. Essas inteligências foram a inteligência musical e a inteligência interpessoal.

  • Inteligência Musical. Para testar este tipo de inteligência, os alunos foram pedidos para se juntarem em grupos de dois. Depois, eram responsabilizados por fazer uma música famosa através de qualquer meio, desde que não fosse cantar. De seguida, esses dois alunos iam para a frente da turma representar a música ao qual foram destacados e os seus colegas têm que adivinhar qual é a música. Por exemplo: dois indivíduos foram assinalados com a música Cake By The Ocean de DNCE. Então decidiram representá-la através de batimentos com os seus lápiz na mesa. Quando chegou a vez deles, foram representar o Cake By The Ocean com o show dos lápiz. Depois de algum tempo, visto que a atividade é de dificuldade ligeiramente acentuada, o grupo B acertou na música.

  • Inteligência interpessoal Aqui foi realizada duas atividades: uma de debate e outra de um jogo de cartas.

No debate, os alunos tiveram que debater sobre o aborto, um tema altamente fraturante. Agora, este debate tinha as seguintes regras;

Só podia haver dois lados, contra o aborto ou a favor do aborto. Não podia haver meio termo.

Os que eram a favor foram para o lado direito da sala e os contra foram para o lado esquerdo da sala.

De seguida, os alunos nos lados opostos tinham que debater.

Não era obrigatório ter que falar, visto que a natureza do debate era demasiado fraturante e expositória.

Agora, para quê fazer tal brutalidade? Para criar confusão? Não, de todo. O objetivo deste debate foi ver se os indivíduos conseguiam encontrar um meio termo e perceber a perspetiva do outro, apesar das extremas divergências. Assim, conseguia-se por a inteligência interpessoal num teste que ia ao seu centro ou core.

A segunda atividade para testar a inteligência interpessoal foi através de um jogo de cartas chamado de "Ask" com certas perguntas pessoais (certas cartas foram removidas porque não eram profundas o suficiente). Neste jogo de cartas, os sujeitos foram divididos em grupos de 4 já pré-definidos.

Depois tiravam uma carta à vez e respondiam, dando origem a uma conversa entre os membros da quadra.

Esperemos que tenham gostado deste post caros viajantes. Como vêm, é muito mais difícil do que pensávamos considerar alguém pouco inteligente ou muito inteligente.

MindJet


 
 
 

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